sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

Benvindo 2009

Não é que 2008 tivesse sido um ano mau - não foi - mas no mínimo dou as boas vindas a 2009. Dou-vos apenas um cheirinho do que foi a passagem de ano na foz do rio Queve. Como saímos de Luanda já um pouco à tabela, chegámos à foz do Queve (um pouco abaixo de Porto Amboim) já noite cerrada (apesar de serem 8 da noite). Ou seja, vimo-nos à rasca para encontrar um bom sítio onde acampar. A trupe cansada da viagem e dos últimos solavancos da picada lá decidiu ficar-se pelo segundo local examinado. Aparentemente era uma boa escolha, pois tinha menos bosta de vaca do que o primeiro lugar, mas mais mosquitos.



A passagem do ano foi muito boa, com boa gente, copos, animação e muitas estrelas. Os resistentes não cometeram a proeza de ver o sol nascer porque o dia de trabalho e a viagem levaram a melhor, mas foi um grupo que deu boa conta de si. Recolhemos às tendas na esperança de uma boa noite de sono no meio da natureza.



Esperança vã: o sol nasce cedo e com ele o calor. Quem é que aguentava uma tenda às 8 da manhã? O corpo pedia caminha, em troca recebeu um amanhecer estremunhado e decorado por um bando de miúdos fascinados pela nossa preseça.



O local ermo que pensávamos ter descoberto para estar longe de tudo e de todos estava, afinal, a 50 metros de uma aldeia. E o nosso poiso o pasto de gado (vacas, pelo tamanho das bostas). Parece mal assim dito, mas foi fantástico acordar com a sensação semelhante a "hei, fui enganado! isto afinal estava cheio de gente!". Pois é! Pouco depois do despertar estava-se já à conversa com o Soba que meio em jeito de reprimenda nos dizia que o devíamos ter avisado que ali íamos fazer uma festa - como se nós soubéssemos sequer que havia uma aldeia mesmo ao pé. Mas não houve maka.



Depois encomendámos o nosso pequeno almoço - uma dose descomunal de ostras. Confesso que não me entusiasmei. Duas razões: não têm grande sabor e consta que são um afrodisíaco potente, o que não é mau quando se tem a companhia certa ao lado. Quando não se tem, acho que não vale a pena arriscar ficar com um aparentemente grande telemóvel no bolso da frente - acho que dá para compreender esta figura de estilo tecnológica.



Mas para mim o mais significativo foi o grupo que encontrei, de gente fantástica proveniente de todo o lado, e que o acaso juntou naquelas coordenadas.



Queria deixar um muito obrigado especial a quem me emprestou a melhor companheira que se pôde ter naquela noite: uma confortável e fofa almofada!

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