quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

Ano Novo

Oi Pessoal

Como já devem ter reparado, neste momento do comité só o Costa se encontra em Angola. Os outros Pulas vieram ao continente passar o Natal e o Ano Novo e só voltaremos na 2º Semana de 2009.

Já me tinham dito que muitas das coisas que contamos as pessoas não acreditam ou acham que estamos a exagerar e comprovei-o, há algumas cenas que nos aconteceram que se vê na cara deles que não estam acreditar.

No entanto estou a gozar cada segundo que estou na Santa Terrinha.

Desejo a todos um BOM ANO NOVO
Xau
Portem-se Mal

Ilidio

segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Feliz Ano Novo

Depois de alguma insistência por parte do comitê, aqui deixo a minha primeira mensagem no nosso orgão oficial e ainda por cima para divulgar outro blog, no qual tropecei nas minhas divagações pela net:

www.angolabela.blogspot.com

Um outro site que achei bastante interessante, até para divulgar por imagens aquilo que me custa explicar por palavras aqui ao pessoal da metrópole. Aparte das políticas manhosas que abundam por Angola, não haja dúvida que o país está a crescer e a desenvolver, ficam imagens de futuros, e alguns já construídos, edifícios de Angola:

http://www.skyscrapercity.com/showthread.php?t=702740*

FELIZ ANO NOVO

quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

Feliz Natal

Nunca como agora a expressão acima me fez tanta confusão. Apanha-me numa encruzilhada interna. Porque as coisas para mim são às vezes muito preto e branco - não é uma piada por estar em Angola! - ou seja, se esta é a altura da paz e do amor, da partilha, até de alguma reflexão, para quem acredita, não entendo que se consiga agir de outra forma. E eu, para evitar hipocrisias internas, acabo por me "abster" desse espírito natalício.

Este ano, longe de tudo e de todos os que são importantes, o "Feliz Natal" teve contornos especiais. Foi desejado cara a cara entre pessoas que estão a 8500 km de casa. Foi espartano de conteúdo superficial, mas rico por baixo da epiderme. Passei a consoada a bater cartas... entre copos, algumas bebedeiras, as cartas, a conversa, as piadas, o risco de regressar a Luanda de noite, eu diria que valeu a pena mais esta experiência.

Não tenho fotos desta tropa (sou um forreta das fotografias...) mas se as tivesse elas não contavam o que foi a noite de 24/12/2008 para mim e para as muitas dezenas de portugueses ontem em Viana.

Neste dia 25 apetece-me dizer que esta é a minha tropa. Apesar de nos estarem constantemente a lembrar que isto (Angola) já foi bem pior, como se isso retirasse alguma dureza a esta experiência, como se de repente ela se transformasse num agradável passeio, não o é. Basta dizer-vos que a meia-noite de ontem foi vivida entre o receio de ser mandado parar pela polícia, misturado com o receio de espatifar o carro nalguma armadilha da estrada, com o receio de passar por cima de alguma das almas que constantemente atravessava a estrada a correr, ou que um bando qualquer nos interceptasse para nos roubar. A dureza é relativa, por isso os meus votos neste dia vão direitinhos para este país. Que Angola prospere, que tudo aquilo que ainda não está bem melhore rapidamente... a ver se me deixam de chatear com a conversa de "no meu tempo é que era" e possa ser eu a dizer "no meu tempo é que foi"... Abraço a todos e Feliz Natal, muito sentido!

domingo, 21 de dezembro de 2008

Descansem, eu tomo conta do Cão.

E a pergunta que se impõe hoje é: “E o país, fica entregue a quem?”. É que nunca me vi numa situação destas – para além da emoção própria dos putos que vão descobrindo tudo pela primeira vez, vejo-me confrontado com a responsabilidade de dirijir o destino de uma série de malta, de uma empresa esvaziada de gente. Á medida que Luanda e Angola se vão despejando de expatriados, aos que sobram cabe a árdua tarefa de manter tudo a rolar. E neste momento, do comité central apenas resto eu! Tenho que fazer isto, ver aquilo... e ainda ultrapassar a época natalícia que se avizinha. Por enquanto tudo bem, mas se chega aos ouvidos de mais gente que eu cá fiquei, qual será a reação deles? “Eh pá,toma lá conta aí das Finanças, e já agora dá aí uma perninha nas Obras Públicas, mas não te esqueças POR FAVOR de regar as plantas que este calor dá cabo delas”. Não digam a mais ninguém que eu cá fiquei.
O que me conforta afinal de contas é que pelo menos temos um regresso – Zédu voltou hoje da China. Assim já me sinto menos só – Zédu, a nação está por nossa conta!
Aos que vão votos de uma boa viagem. Deste vosso que fica, um grande abraço.

Viagem ao Huambo




Oi Pessoal

Desta vez fui até ao interior sul de Angola mais exactamente a cidade do Huambo a antiga e por muitos a mais bonita cidade de Angola Nova Lisboa.
Mas em primeiro gostava de vos falar do caminho Porque foi sem sombra de dúvida a viagem mais agradável que fiz até agora em Angola.
As paisagens são de tirar a respiração com um verde luxuriante nesta época do ano.



A primeira cidade importante é o Dondo, que foi asfaltada a 6 meses, junto a cidade passa o rio kuanza, segundo informação local o rio é navegável desde o mar até aqui ao Dondo e que em tempos a D. Joaquina vinha no seu barco de Luanda até ao Dondo.
Tive oportunidade de visitar algo da cidade já que estive 2 horas a espera de gasóleo.
Finalmente o camião cisterna chegou e podemos abastecer para seguir viagem.


A próxima cidade é Chicala onde chegamos por volta do meio-dia e uma povoação que se espalha por um grande planalto com as casas bastante separadas umas das outras.
Finalmente chegamos a Huambo, como se devem lembrar esta foi a cidade que durante vários anos foi o quartel-general da Unita de Savimbi, a cidade foi quase destruída pela aviação do MPLA, encontram-se ainda por todo o lado vestígios desses anos. No entanto foi feito nestes últimos anos um grande trabalho de reconstrução, por alguma razão o antigo presidente do Município de Huambo é o actual 1º Ministro de Angola.
O Huambo está a ganhar algum do seu antigo esplendor.
Dormimos no Hotel Roma e tive a surpresa de num estalar de dedos ter saído de Angola e ter entrado na china. Pois este foi reconstruído pelos chineses e tudo o que se encontra dentro do Hotel é chinês ao ponto dos controlos remotos da televisão e do ar condicionado estarem em chinês. Mas não fica por ai na casa de banho os acessórios de higiene, sabão, champô e gel são todos chineses, as cadeiras, mesas, copos, pratos, toalhas e guardanapos do restaurante são adivinhem CHINESES.
Às 06.00h da manhã do dia seguinte arranquei para Benguela pela estrada da Ganda que informaram estar em boas condições os primeiros quilómetros estão em boas condições mas ao fim de 150 Km acaba o asfalto e começam 100 Km de picada que tivemos de fazer debaixo de uma chuva bastante forte ao ponto da lama ser um elemento acondicionar o nosso avanço, principalmente nos inúmeros desvios por faltar construir as pontes. O nosso carro ficou lindo.
Toda esta estrada desenvolve-se acompanhando o caminho de ferro de Benguela que também está a ser recuperado.

No meio deste Lamaçal encontramos a Cidade de Ganda com as suas ruas asfaltadas e os incontornáveis polícias que para nosso espanto foram extremamente amáveis e nunca falaram em gasosa.

Quando terminou a lama entramos na estrada nova que rapidamente nos colocou na cidade das acácias rubras (Benguela para quem não sabe)


Toda esta zona por onde circulamos é fortemente agrícola com campos de milho por todo lado e finalmente com carroças não de gado muar ou cavalar mas sim puxados por parelhas de vacas pequenas e magras. Não perguntem a razão porque também não percebi já que mesmo ao lado por vezes estavam animais bem alimentados e gordos. Outra das surpresas foi ver as mesmas vacas a lavrar terrenos. Havendo grandes extensões de terreno cultivado.

Conforme nos chegávamos a Benguela a paisagem mudava radicalmente passando a ser muito mais árida e com aspecto de savana semi desértica.
E assim foi esta viagem pelo interior de Angola.
Xau
Portem-se Mal

domingo, 7 de dezembro de 2008

Praia de Santiago















Oi Pessoal

Hoje fomos visitar a praia de Santiago podem pensar que é mais uma praia, das muitas que existem em Angola, mas não, esta é diferente de todas as outras além de uma delícia de praia é também o maior cemitério de navios que vi até hoje.




Esta praia fica mais ou menos 30Km a norte de Luanda seguindo a estrada para o Caxito.




Para chegarmos a praia temos que deixar o alcatrão e fazer uns 5 km de terra. Nós quisemos atalhar e atravessamos um lago seco, mal feito, pois ficamos meio atascados no meio. Vá lá que empurrando um pouco podemos sair sem grandes problemas. O nosso jipe para estas situações não é muito bom, além de não ter pneus para terra, também não tem as necessárias redutoras.




Lá nos safamos e fomos para o jipe numa pequena povoação junto a casa do Soma dai fomos a pé até a praia para ai uns 200m.



È estranho ver aqueles monstros espalhados pela praia, e não são poucos, pois contamos uns vinte. Estão espalhados por uns 5km de praia.



Segundo nos contaram ninguém os encalhou aqui, o que aconteceu foi que eles estavam fundeados em frente a Luanda perfeitamente abandonados e aos poucos foram partindo as correntes e arrastados pelas correntes para esta praia e aqui encalharam.
Aqui está o navio que durante vários anos foi o melhor navio da marinha mercante de Angola o Joaquim Kapango, um SD14.




A vinda encontramos muitos vendedores de rua a vender lagostins de rio com muito bom aspecto, só não compramos com receio de não serem frescos e apanharmos mais uma intoxicaçãozinha.



Ao chegar a Luanda resolvemos vir pelo Roque Santeiro pois agora alteraram os sentidos e somos obrigados ao subir a estrada a atravessar o Roque praticamente a meio e o pessoal ainda não tinha passado por lá.



O almoço foi na esplanada de Miramar comemos uma cachupa que estava bastante agradável.
E passou-se mais um domingo nesta Angola






Xau
Portem-se Mal

sábado, 6 de dezembro de 2008

Lojas de Manicura e Pedicura

Oi Pessoal

Hoje venho vos falar de mais uma das excentricidades de Luanda.
Não tenho grandes dúvidas em dizer que Luanda é a cidade com mais lojas de manicura e pedicura do mundo.
Não vos sei dizer quantas, pois elas estão literalmente por todo o lado, em qualquer rua que vamos, encontramos três ou quatro em cada esquina.
Elas são compostas normalmente por três bancos, um para o cliente, um para o dono da loja e especialista em manicura e pedicura por incrível que pareça normalmente são homens e um para servir de mesa de trabalho e bancada de exposição dos vernizes, geles, produtos de limpeza e uma panóplia de diferentes ferramentas.
Não estavam á espera desta pois não, mas já sabem em Angola temos de manter a mente aberta às formas alternativas deste povo viver.
Xau
Portem-se Mal

A Segunda Geração de Candongueiros

OI Pessoal

Hoje esta fantástica ( ???) Luanda surpreendeu-me novamente.
Descobri nas ruas de Luanda a segunda geração de Candongueiros desta cidade.
Aparentemente e exteriormente são iguais, soam da mesma maneira e portam-se da mesma maneira desastrosa dos seus colegas de primeira geração.
No entanto é no interior que está a grande diferença. Para vosso espanto estes profissionais do transporte decidiram inovar e incrementar conforto e divertimento dos seus clientes. Ou seja montaram um monitor de LCD no tejadilho da Hiace e durante a viagem passam os mais recentes filmes.
Quando vos digo os mais recentes é literalmente os mais recentes encontras nas ruas filmes que ainda não chegaram aos cinemas de Angola.
Foi mais um episódio desta cidade que nos surpreende diariamente.
Xau
Portem-se Mal

sábado, 29 de novembro de 2008

Soyo



OI Pessoal
Esta semana fui até o Soyo por estrada (???) foi uma aventura engraçada que vos vou tentar descrever.
De Luanda ao Soyo são mais ou menos 450Km de estrada alcatroada e picadas e picadas e PICADAS.
Partimos de Luanda já tarde, eram mais ou menos 09.00 ou seja no pico do trânsito da manhã, demoramos mais ou menos 1.30 h para chegar ao Cacuaco que é a 10Km de Luanda, quando nos safamos do trânsito já eram 10.30h.
A partir daqui pudemos acelerar durante uns bons 30Km de excelente alcatrão, ao fim destes deparamos com obras na estrada, pelos cartazes adjudicada a uma Portuguesa Conduril, mas qual é o meu espanto quando praticamente só vejo chineses a trabalhar. Coisa estranha!!!
Ou seja para preparar o gostinho, começamos 25 km de picada que mais tarde vim a classificar de em muito bom estado. Quando voltamos ao alcatrão estávamos a 5Km da Barra do Dande.
Estava bastante animado pois tinham me dito que até Ambrix a estrada estava boa. Ataco a estrada a um bom ritmo de 120Km/h e consigo fazer uns espantosos 15Km onde sou obrigado a deixar esta estrada maravilhosa que se dirige para o Caxito.
Ao virarmos encontramos uma bela ponte sobre o Dande e com surpresa uma cancela controlada pela polícia pensei lá vai começar, mas não, olharam para nós, abriram a cancela e mandaram nos seguir, este foi o ritual em todas as pontes sobre água que encontramos, penso que seja um remanescente da guerra que ainda perdura.
Continuamos caminho, com uma estrada que parecia ter estado na guerra pois tinha mais crateras do que alcatrão foram perto de 120Km sempre com uma roda na berma e o coração nas mãos pois se cai-se num daqueles buracos deixava lá a roda de certeza, podem acreditar que alguns dos buracos passava por eles e não via o fundo, depois de muito sofrer lá chegamos ao desvio para Ambrix, como nos tinham dito que até Ambrix a estrada era boa pensei que tinha que ir até lá, ERRADO. Fizemos 22Km para lá e 22Km para cá duma estrada com algum alcatrão que parecia que tinha sofrido uma implosão.
Daqui para a frente foram 100Km de picada em estado médio com alguns vestígios de alcatrão, infelizmente pois estes só vinham dificultar.
Até ao cruzamento das pedreiras onde bebemos uma gasosa (coca cola) e comemos umas belas bananas leia-se almoço e soubemos que faltavam só 157Km.
A partir daqui até a Aldeia do Znedo foi uma picada típica africana, umas vezes melhor, outras pior mas com muito goso de condução.


Do Znedo a Mangue Grande está a pior parte deste caminho, onde se chove é impossível passar. Fomos obrigados a fazer perto de 10Km a pouco mais de 10Km/h. Foi aqui que criei um grande respeito pelos motoristas dos semi-reboque e pelos próprios semi reboques que transitam nestas vias, pois suportam condições que para um jipe são difíceis quanto mais para um tractor criado para a estrada, ainda por cima a puxarem uma galera carregada com um contentor de 40 pés. É quase surrealista ver estes monstros esforçados, a passo de caracol a passarem por crateras, às vezes com mais de um metro de fundo.
A partir de Mangue Grande começa finalmente a parte que dá verdadeiro goso a picada de areia, algo perigosa pois os semi-reboques criam por vezes valas de respeito.
Estes últimos 157Km dificilmente se fazem em menos de 3 horas.
Finalmente Soyo junto a Barra do Zaire é uma cidade calma, como alguém a definiu com um café, um Supermercado, um Hotel, uma discoteca e 11 bancos daqui percebe-se o valor estratégico desta cidade onde irá ser o centro de exploração do gás natural.
Depois de tudo isto, falta vos falar do mais importante, umas vistas fantásticas com um vislumbre de mata cerrada e por incrível que pareça uma povoação a cada 5 Km sempre mas mesmo sempre impecavelmente LIMPAS. Em todas elas junto á estrada existiam pequenas vasilhas de mangas e bananas a venda cada vasilha 100 kuanza.
Em algumas delas estava peças de caça à venda assim como pacas que são um género de ratos grandes bem maiores que coelhos que toda a gente diz serem muito bons para comer.
E assim correu mais uma viagem nesta Angola que se esta a transformar diariamente, toda esta viagem durou sensivelmente 9 horas mas garanto-vos que dentro de dois anos a vamos fazer em pouco mais de 4h uma das coisas que pudemos constatar foi que os chineses estão a montar estaleiros de 30 em 30 km para começarem a reparar as estradas. Ou seja, dentro de dois anos esta aventura deixa de ser aventura e passa a ser uma monotonia de 450Km de rectas asfaltadas que podiam estar em qualquer país da Europa. Eu sei que é progresso e altamente benéfico para grande parte destas populações, mas não deixo de sentir alguma nostalgia pelas aventuras que vão desaparecendo.
Xau até a próxima

Portem-se mal

sábado, 22 de novembro de 2008

Cabinda

Fui instado a apresentar um relatório detalhado sobre a minha viagem a Cabinda. Disse ao Comité “Camaradas, é muito cedo, estive pouco tempo lá, ainda por cima preocupado em fazer boa figura!”. O Comité perguntou por fotos e eu respondi “tirei algumas a um gerador e depósito de água”. O Comité não ficou muito satsfeito, mas agora não há nada a fazer – ficam apenas as minhas impressões gerais.
Enquanto escrevo isto falta mais uma vez a energia em Luanda... coisa comum, mas que me serve para relembrar como estas duas regiões são tão diferentes, estando no mesmo país. Cabinda não tem stress, deixam-no nas plataformas offshore. Tem uma vegetação intensa, uma humidade que faz com que deva brotar uma semente entre os dedos dos pés se não formos uns rapazitos com bons hábitos de higiene. Tenho que lá voltar, mas sem a “guarda presidencial” que costuma acompanhar a deslocação de um sr. Engenheiro. Podia contar-vos alguns pormenores fantásticos sobre a viagem em si, mas acho que não faz entido, porque aqui é África e tudo passa a fazer sentido, mesmo o absurdo. Só vos contaria se cá estivessem.

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Religião

Hoje vou vos falar de uma faceta deste povo extremamente sensível e da qual eles praticamente não falam, a religião.
O povo Angolano é extremamente religioso. Existem varias religiões e ceitas em Angola mas todas têm uma coisa em comum os seus ritos são sempre acompanhados por salas cheias de crentes.
A igreja da Sagrada Família enche todos os dias mas aos domingos impressionante de ver.
Junto ao Hotel há um templo da igreja Universal de Deus de um tamanho quase indescritível estou convencido que cabem mais de 2000 pessoas dentro, no entanto todos os dias ao fim do dia há pessoas que acompanham os ritos na rua.
Contestar esta situação é um tema que muitos dos Angolanos simplesmente não aceitam sequer falar no assunto, garanto-vos que muitos deles pagam dízimos à sua igreja que muitas vezes atingem percentagens de dois dígitos do seu rendimento mensal.
Mais uma faceta que tornam este povo digno de se conhecer. Eles por vezes têm comportamentos que nós europeus não compreendemos ou não aceitamos, mas de vez em quando, mostram facetas que frequentemente nos surpreendem.

domingo, 16 de novembro de 2008

Mussulo







Hoje visita-mos a pérola da zona de Luanda, a ilha do Mussulo. Tudo nesta ilha é especial desde as casas lindas antigas, modernas, com telhados de telhas ou zinco ou ainda esses telhados de colmo que nos encantam sempre que os vemos acreditem é quase impossível ver uma casa feia nesta ilha.
Fomos de barco desde Luanda sul directos para a zona do bar Sulo o sistema de barcos é eficiente, assim que paramos o carro no parque, fomos rodeados por um grupo de miúdos para tomar conta do carro, como sempre fazemos, escolhemos um para o fazer desta vez foi o Zázá não lhe damos nada agora só quando voltarmos e podes ter a certeza que ele está á nossa espera. Ao mesmo tempo apareceu um a dizer que tinha um barco acordamos com ele o preço de 500Kz por pessoa/viagem (valor normal) chamava-se Quim, partimos mas num país onde a segurança é constantemente esquecida foi obrigados a usar coletes salva-vidas, algumas coisas estão a mudar neste país. A viagem demora mais ao menos 10 minutos, antes de sairmos ficamos com o seu número de móvel para o podermos chamar para a vinda.
Quando chegamos ao Bar Sulo ficamos maravilhados com a beleza da zona como podem ver pelas fotografias editadas no álbum do picasa.
Almoçamos no próprio Bar mas por ter havido uma grande festa privada ontem hoje só havia sandes e Hambúrgueres (estamos em Angola). Atenção que este bar é tudo menos barato.
Após alguns banhos de água e outros tantos de sol, achamos que já estava na hora de voltar telefonamos para o Quim e espantosamente 5 minutos depois ele ai estava a chegar. A viagem para terra foi rapidíssima pois agora fomos directos e não junto á ilha.
Em resumo mais um domingo bem passado, nesta Angola que nos surpreende todos os dias.
Até à próxima
Portem-se mal

Transporte Mercadorias Expresso




Hoje gostava de vos falar de mais uma das curiosidades de Luanda, que é o seu serviço de transporte de mercadorias expresso.
Este serviço é realizado por homens munidos de um carrinho de mão muito especial, a melhor maneira de o descrever é o de uma espreguiçadeira de madeira com uma roda de carro montada na frente.
Eles encontram-se confortavelmente deitados nos seus carros/espreguiçadeira em qualquer cruzamento esperando por alguém que lhe que lhes peça um frete de transporte de mercadoria.
Existem varias formas de andar com estes veículos, se estiverem sem carga são agarrados pelos pés e praticamente andam na vertical, se estiverem carregados andam como carrinhos de mão banais e não tenham duvidas pois já vi alguns a carregar quase um metro cúbico de carga. Não é uma questão de peso pois apesar da sua construção rústica, são maravilhosamente balanceados e facilmente transportam grandes cargas. O maior problema é requerer grande prática e equilíbrio quando transporta grandes cargas. Quando está de descanso é uma confortável espreguiçadeira que todos os pró utilizam durante longas horas de espera.
Mas no entanto mais uma vez a fabulosa capacidade manual deste povo produz um artefacto rústico mas que de primitivo pouco tem, pois com relativo pouco esforço pode transportar cargas que de outro modo só com um transporte motorizado poderiam ser efectuados.
Uma das coisas que me espantou foi não ver animais de transporte como burros, cavalos, etc… Já estou em Luanda á algum tempo e ainda não vi um único, penso haver uma explicação é extremamente difícil conseguir comida para estes animais em Luanda. Eu diria que é quase impossível pois uma das saudades com que ficamos quando passamos algum tempo em Luanda é saudade do verde a cor dominante é os variadíssimos matizes de castanho desta terra que podem ir da terra quase vermelha ao amarelo dourado da areia.
Até um dia destes
Portem-se mal

Os semi-reboques

Os semi-reboques de Angola são dos maiores que até hoje vi ao vivo, já vi maiores em documentários mas na Austrália.
Podemos ver semi-reboques que parecem não mais acabar e para os mais variados fins:
- Semi-reboques de transporte de contendores mas tenham calma é mesmo contendores, pois estes meninos transportam ao mesmo tempo um contendor de 20 pés e um de 40 pés tendo em conta que respectivamente eles medem 6m o de 20 e 12m o de 40 imaginem uma galera com 18m de tamanho.
- Semi-reboques de transporte de carros este não consigo descrever, vejam a foto anexa.





Quando fizemos a nossa viagem a Benguela vimos vários camiões enormes com chicos (atrelados) quase tão grandes como eles, no entanto vimos um que nos chamou a atenção pois era um semi-reboque com um Chico praticamente do tamanho da galera.
Mais uma vez Angola mostro-nos a seu lado surpreendente.

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Cidades de Angola Com os Seus Nomes Actuais e Antigos

Amboim (Gabela)
Bailundo (Vila Teixeira da Silva)
Benguela (São Filipe de Benguela)
Caála (Vila Robert Williams)
Calandula (Duque de Bragança)
Camacupa (Vila General Machado)
Chibia (Vila João de Almeida)
Ganda (Vila Mariano Machado)
Huambo (Nova Lisboa)
Kuito (Silva Porto)
Kuvango (Vila da Ponte)
Lubango (Sá da Bandeira)
Lwena (Vila Luso)
Massango (Forte República)
M'Banza Kongo (São Salvador do Congo)
Menongue (Serpa Pinto)
Namibe (Moçâmedes)
N'Dalatando (Vila Salazar)
N'Giva (Vila Pereira d'Eça)
Porto Amboim (Porto Amboim)
Saurimo (Vila Henrique de Carvalho)
Soyo (Santo António do Zaire)
Sumbe (Novo Redondo)
Tombua (Porto Alexandre)
Uíje (Carmona)

sábado, 8 de novembro de 2008

Benguela


Benguela é uma típica cidade criada no estirador o seu centro é formado por um xadrez de ruas largas.
A sua marginal é dominada por uma esplanada conhecida por todos como o Porta-aviões, na realidade quando vemos de longe tem exactamente essa configuração.
As praias principais não são junto a cidade mas sim um pouco a sul, mas desta vez não tivemos oportunidade de as visitar.
Pernoitamos na pensão Contente onde tudo estava bem organizado e perfeitamente limpo.
Aqui não se sente a pressão do transito e não só (gasosa), que sentimos em Luanda.
Jantamos num pequeno restaurante duma senhora portuguesa mas que viveu em Benguela nos últimos 30 anos. Imaginem as histórias que ela tem para contar.
Existem vários edifícios que chamam á atenção, a igreja que é no mínimo inesperada, o edifício da rádio e um palácio cinzento que se encontra no centro só para dar alguns exemplos.
Ou seja desta vez estivemos pouco tempo mas vamos repetir a visita

Lobito é o Lobito, sem sombra de dúvida a mais bonita cidade de Angola a mesma é formada por duas cidades distintas, Lobita Restinga e a Cidade Alta.
A Lobito Restinga situa-se na península que forma a baia, já foi uma cidade esplendorosa e ainda continua a ter muito do seu charme a sua praia de areias douradas continua a ser um dos seus pontos fortes, mas não só, a sua vertente ligada ao desporto motorizado continua vida, enquanto lá estivemos organizou-se uma prova semi oficial de motociclismo utilizando o ultima anel da cidade.
Quanto À Cidade Alta infelizmente está muito degradada e necessita ainda de muita intervenção .
A estrada Lobito Benguela está quase concluída, será uma via rápida com duas vias para cada lado. Para terminar só falta terminar a nova ponte do Catumbela.

Sumbe


Sumbe é nada mais do que a antiga Novo Redondo é uma cidade já com alguma dimensão e que se encontra neste momento em franca reconstrução.
Apesar de termos estado pouco tempo gostaria de lá voltar daqui a algum tempo pois depois das obras concluídas será um destino interessante.

Porto Amboim


Chegamos a Porto Amboim às oito da manhã para tomar o pequeno-almoço, fiquei quase apaixonado.
É uma pequena cidade paradisíaca com pouca gente, pouco transito e uma praia é interminável. A marginal tem um pequeno restaurante chamado “ O Farol” onde tomamos um belíssimo mata-bicho e não só, pois gostamos tanto que na volta de Benguela viemos cá almoçar.
Sem sombra de dúvida, visita a repetir mas com mais tempo. Pois soubemos que um pouco mais a sul existem umas cachoeiras e umas piscinas de água quente naturais ou seja imperdíveis.

terça-feira, 28 de outubro de 2008

Os Muceques



Os Muceques são a versão africana das favelas Sul americanas.
Como qualquer versão, ainda são piores do que as originais não só a nível de segurança como a nível de limpeza. Qualquer Muceque de Luanda tem mais de uma centena de hectares.
As casas são invariavelmente construídas em blocos de cimento que são fabricados no próprio no local, com um molde.
Algum tempo antes o proprietário começa a fabricar os blocos necessários para a construção da Mansão, normalmente será rectangular, vigas e pilares será coisa que não lhe fará falta. Quanto a telhado rapidamente o mesmo será montado pois só duas hipóteses se põem chapa zinco ou fibrocimento a fixação é sempre feita com os restos da construção ou seja os bocados de blocos que sobraram, pedras e outros objectos pesados que o afortunado proprietário possa arranjar.
Por dentro a terra é batida e nivelada até parecer quase cimento.
Apesar disto muitas destas casas tem uma antena satélite pendurada na parede e um pequeno gerador como não podia deixar de ser.
Dentro dos muceques existe de tudo, com negócios montados e instituições oficiais que vão desde, esquadras da polícia, centros de saúde, escolas, cabeleireiros, restaurantes, vendas e até agentes da Unitel (rede de telemóveis).

Mas não podemos pensar que tudo é mau, como sempre acontece, no meu da confusão encontramos pequenos oásis, com pessoas impecáveis como foi o nosso caso que no meio do muceque da Cidadela, encontramos uma oficina de um português, onde nos foi servido um cozido a portuguesa, acompanhado por um bom vinho tinto que nos fez pensar que estávamos em Portugal, cavaqueando com amigos de longa data.
Nestes locais continua-se a encontrar a tradicional hospitalidade dos portugueses que habitaram estas paragens a uma geração atrás.
Mas sou sincero é me difícil compreender como é possível viver naqueles lugares e naquelas condições, principalmente numa região onde na sua época é capaz de chover em meia hora mais de 300mm de chuva tornando todas aquelas “ruas” em verdadeiros atoleiros.

Fui Surpreendido

Este fim-de-semana vi uma coisa que me impressionou bastante, ao ponto de ter melhorado bastante a minha opinião sobre quem manda em Angola a 30 anos.
Fomos visitar a fortaleza de Luanda e qual foi o meu espanto quando descobri a maioria das estátuas que decoravam Luanda no tempo colonial.
Ouve o cuidado de preservar grande parte delas e guarda-las no museu mais ou menos militar de Angola.
Existe um bom espólio de estátuas que vão desde estátuas em bronze até marcos em pedra.

Até as conhecidas figuras da história Portuguesa.
Alem destas estátuas encontramos no passeio que circunda a fortaleza um candeeiro com uma data interessante.
Bom para terminar, tratando-se de um museu militar têm vários artefactos militares em exposição, não se vêem mais porque a fortaleza está em obras de restauro.

Parque Automóvel

Olá, hoje vou vos falar do parque automóvel de Luanda.
Um amante de todo o terreno quando chega a Luanda, pouco falta para perguntar se está no paraíso, pois em pouco tempo vê passar por ele todos os ícones do todo terreno mundial.
Num só dia temos hipótese de ver Hummers de todas as cores que se produzem. Mas não só.
A grande maioria dos jipes para variar são Toyota, mas não tenho duvidas em dizer que todos os modelos que a Toyota produz estão em Angola sejam eles para a Europa ou América.
Mas também se vê, Nissan, Mitsubishi, Isuzus, Lexus, Hondas, Chevrolet tanto (Daewo) como americanos, Dodge, Plymouth, Ford, ZZ Nissan ( montados em Angola),Chineses uma grande variedade de marcas ( que eu ainda não conheço), Hyunday, Daihatsu, Volkswagen, Porsche, BMW, Volvo, Mercedes, Cadillac, UMM (sim, ainda se vêem), Suzuki e para minha surpresa pouquíssimos Land Rover.
Não pensem que vão ver um grupo de jipes mal tratados, pois enganam-se, muitos deles estão carregados de extras, desde jantes cromadas de dimensões fantásticas, até aparelhagens de som que nenhum de nós tem em casa.
No entanto estamos a falar de jipes de cidade, quando falamos de jipes para o mato normalmente só usam duas marcas e dois modelos:
- Toyota Land Cruiser Gx com um motor turbo diesel 3500 cm3, dois depósitos de 90 litros, dois pneus sobressalentes, armação no tejadilho, jerrycans, corta mato, guincho e uma bateria de luzes .
- Nissan Patrol GR com um motor turbo diesel de 4200 cm3, dois depósitos de 90 litros, dois pneus sobressalentes, armação no tejadilho, jerrycans, corta mato, guincho e uma bateria de luzes.
Estes são os reis do mato.
Como repararam não falei dos não jipes, no entanto não pensem que os não há. Penso que a maioria dos Toyota vendidos em segunda mão na Europa e na África do Sul vêem parar a Angola. Eles enxameiam a cidade.
No meio do trânsito pode-se ver o inesperado, por exemplo: Mercedes C65 AMG, Audi A8, Jaguar, Audi TT, BMW serie 7, Chrysler Cross Fire e por fim, um dia ao anoitecer, deparo com um Hummer limousine branco com mais de 10 metros de comprido parecia um comboio.
Não tenham duvidas que esta, é uma cidade, onde o inesperado vos espera a cada esquina.

A Gasosa

Infelizmente Luanda não é só a cidade bonita que eu vou conhecendo dia a dia, também existe uma Luanda negra que todos nós gostaríamos de esquecer, mas que está tão presente no dia-a-dia como qualquer outra, a este cancro eu vou chamar ” a gasosa “.
A corrupção da polícia é um dos maiores problemas que encontramos em Luanda. A qualquer momento podemos ser parados pela polícia de trânsito, para nos passar uma multa por uma razão normalmente difícil de entender. O que há normalmente a fazer, se não queremos ficar sem carta, será perguntar se ele não quer resolver aquilo de outra maneira. Eu sinto-me envergonhado por isto, mas se ficamos sem carta, para a reavermos dá muito trabalho e muitas vezes nunca mais aparecem, por isso o sistema da Gasosa vai prevalecendo.
Há uma manobra que é quase sempre proibida haja sinais ou não “ normalmente temos a resposta que se não está já lá esteve” que é virar á esquerda. Quando aqui estiverem evitem sempre virar á esquerda pois normalmente está sempre um polícia a espera para ganhar a gasosa.
O valor das multas aqui é bastante elevado, sendo as mais pequenas na ordem dos 5000.00 Kz. Por exemplo estacionar o carro em cima do passeio é a módica quantia de 14.000.00 Kz.
Não pensem que este é um fenómeno exclusivo de Luanda quando passamos a ponte na barra do kuanza junto às portagens está invariavelmente uma brigada que normalmente nem os documentos pede tendo a lata de dizer que querem é a “ Gasosa”.

As Rapidinhas

Não tenham pensamentos menos dignos as rapidinhas são as scooters que circulam por toda Luanda e quando digo toda sei o que estou a dizer pois elas passam por todo lado, ruas, passeios, jardins, rotundas, escadas, etc… tudo serve como pista.
Elas andam no meio do trânsito que como já sabem é caótico a uma velocidade que quase não dá para acreditar, fazem autênticas gincanas no meio do trânsito utilizando todos os métodos possíveis e imaginários para passarem.
Para estes free riders não existe sentido nas ruas, pois eles podem aparecer em qualquer sentido em qualquer lado.
Capacete é um objecto que para eles pode ter muitas interpretações, passo a vos dizer algumas delas: Cap, Capacete de hipismo, Capacete militar, capacete de bicicleta, lenço de cabeça, chapéu de palha, gorro, mas de longe a mais comum vai para o capacete invisível de excelente qualidade e fabrico angolano.
As scooters são de todo o tipo mas as mais comuns são as scooters pequenas aquelas que mais ou menos à dez anos atrás rodavam em Portugal com rodas fininhas, no entanto há as de todo o tipo e de todas as marcas com preponderância as de marcas chinesas.
A que ter algum cuidado com estes riders por que muitos dos assaltos na via publica são realizados por eles. Recomendo especial cuidado a atravessar ruas onde o transito esteja parado, pois do meio dos carros pode sempre aparecer uma rapidinha a grande velocidade.
E pronto aqui fica mais uma curiosidade desta Luanda que estou a aprender a gostar.

CANDONGUEIRO

Uma das características principais do caótico trânsito é o fantástico irreverente e indisciplinado CANDONGUEIRO.
Eles são uma peça fundamental do transporte público de Luanda.
Quem não viveu esta realidade não tem hipótese de compreender a abrangência de serviços fornecidos pelo táxi do candongueiro.
O táxi do candongueiro é composto por uma carrinha, 95% delas Toyota Hiace importadas usadas, ninguém na Europa imagina o que estas carrinhas suportam, praticamente todas elas já rodaram 200.000 ou 300.000 Km na Europa e vêm acabar a sua vida a Luanda carregando 14 passageiros mais o condutor com carta de competição/todo o terreno e ainda o personagem mais carismático deste processo o cobrador angariador que para não ocupar um lugar da carrinha vai normalmente sentado na janela da porta de correr com o rabo de fora.
Todas estas carrinhas estão pintadas de azul de branco como podem ver nas fotos, no trânsito são como uma alcateia que tudo rodeiam e tudo devoram, não há nenhuma lei que os tire da sua ideia de rodar o mais depressa possível num trânsito completamente parado. Todas as manhãs transportam metade da população de Luanda dos muceques para o centro e vice-versa ao fim do dia, ou seja são capazes de transportar perto de 500.000 pessoas nos dois sentidos por dia.
Por incrível que pareça, grande parte das carrinhas têm bom aspecto exterior e praticamente todas tem jantes cromadas. No interior uma aparelhagem que dava para uma discoteca e um conjunto de bancos em que a parte do estofo foi cortada de modo a poder ser amovível (tiram lhe a fora posterior e os cantos superiores ficando em cima como que um gancho que prende na estrutura metálica). A maioria tem a janela traseira pintada com o nome por que é conhecido em letras Brancas por exemplo Fantástico, Migosta, Racing, Nganza, etc…
Mas sem sombra de dúvida que o personagem é o cobrador angariador ele tem varias tarefas: angariar clientes, gritar os muceques por iriam passar e cobrar os bilhetes. Nas paragens mais concorridas eles estão na rua angariando clientes até encherem a carrinha (14 Passageiros três bancos com 4 passageiros cada e mais dois junto ao condutor) quando começa a viagem com a lotação completa ele lá vai naquela posição caricata todo dobrado sentado na janela aberta com o dito cujo do lado de fora.
Para compreenderem todo este processo e terem uma ideia da grandeza do mesmo vão ao Google Earth e tentem percorrer algumas das ruas de Luanda e irão verificar que praticamente metade dos carros que vêem são carrinhas azul e brancas.
Ninguém fica indiferente a estes predadores de trânsito que na realidade fazem esta cidade funcionar trazendo a classe trabalhadora que vive nos muceques que rodeia a cidade.

A Cidade dos Geradores

Esta é uma cidade que depende dos geradores para funcionar. Não há um apartamento, uma casa ou uma empresa que não tenha um gerador montado, já para não falar dos edifícios de escritório, hotéis, hospitais, etc… que têm três e quatro geradores que podem ligar em simultâneo para suportar toda a carga do edifício.
É impressionante quantas vezes os geradores arrancam por dia, constantemente se não é um corte é uma oscilação de tensão que os faz arrancar.
Pouco mais para a periferia de Luanda muitas das casas, empresas e fábricas funcionam integralmente a geradores.
Existem de todas as marcas e proveniência desde europeus, americanos, chineses, coreanos e de muitos outros países.
Toda a logística de fornecimento de combustível, contratos de manutenção e reparação dão trabalho a muita gente nesta cidade.
Quando se começas uma obra de construção civil, mesmo que seja no centro da cidade a primeira acção será montar os geradores para a obra.
É assim que vive Luanda.

domingo, 26 de outubro de 2008

As ruas de Luanda são o maior centro comercial do mundo


As ruas de Luanda são o maior centro comercial do mundo. Na rua há vendedores que vendem tudo desde a mais simples mercadoria por exemplo lenços de papel até uma mobília de quarto que está montada no passeio.
Em cada cruzamento existe uma concentração de vendedores que correm as filas de trânsito vendendo a sua mercadoria. As mais habituais são as latas de bebida dentro de uns sacos de plástico transparentes estreitos e fundos, cheios de latas de refrigerantes com bocados de gelo, os jornais, cd’s e DVD’s, cadeados e todo o tipo de pequenos e por vezes não tão pequenos artigos, por exemplo na Ho-Chi-Min costuma estar um vendedor especializado em espelhos de casa de banho que como devem imaginar não é o artigo mais fácil de vender no meio do trânsito caótico de Luanda.
A cidade tem zonas mais ou menos definidas para cada tipo de produtos. Por exemplo no cruzamento junto ao Hotel Alvalade é a zona das flores, um pouco mais a baixo é zona das mobílias podes encontrar desde móveis de cozinha até conjuntos completos de quarto ou sala passando pelos cabides de pé bengaleiros, etc…
Mas sem duvida que o vendedor mais evoluído costume ter o seu local de venda no inicio da Van Dunem e a sua especialidade é a venda por catalogo. Ele especializou-se em sofás e moveis de sala, assim ele anda pelo transito com o seu catalogo de fotografias de sofás os quais são escolhidos pelos clientes e no dia seguinte entregue no domicilio com uma precisão digna da Europa.

Olá pessoal



Cheguei a esta cidade de Luanda a 22-09-2008 logo pela manhã tempo para variar era calor e céu cinzento.
Para minha surpresa no aeroporto tudo correu sem problemas, nem demasiadas demoras, em pouco mais de meia hora estava na rua para enfrentar o trânsito pela primeira vez.
No parque de estacionamento aguardava-me o transporte da empresa que demorou somente 2 horas para nos levar até a sede que fica mais ou menos a 5 a 6 Km do aeroporto, estava pouco trânsito foi o comentário do motorista. Fiquei preocupado parecia-me impossível viver nesse transito.
Foi um longo dia pois não me descalçava desde as 07.00 de 21-09 em Mem Martins e só o fiz às 23.00 de 22-09 no hotel Alvalade.
Não vinha a Luanda à 21 anos.
Vou manter o blog actualizado com fotos e comentários das várias viagens de fim-de-semana que vamos fazer nesta Angola a dois tempos, se por um lado encontramos a cada virar da esquina sinais das mais recentes tecnologias olhamos para outros e quase antevemos a Angola tribal.